O que o Brasil precisa para ter independência energética?”

Com a crise hídrica de 2021, que reduziu muito os recursos naturais nas usinas termelétricas, além do elevado aumento no preço dos combustíveis diante da guerra entre Rússia e Ucrânia, o assunto da Independência energética entrou em alta no mundo e principalmente no Brasil.

O país tem evoluído muito no passar dos anos quando se trata de pensar em soluções para universalizar a energia. No entanto, em áreas de difícil acesso, ainda existem regiões isoladas que dependem de usinas termelétricas ou outros métodos, que representam menos de 1% da carga total.

O Brasil se destaca como referência na utilização de um sistema renovável e tem mais de 48,4% de sua matriz energética com recursos naturais. E um destes recursos é o Gás Natural, fundamental para a transição energética. Isso significa um grande ponto positivo na visão do consultor Eduardo Navarro Antonello, fundador da Golar Power e Macaw Energies, sendo uma grande solução para o segmento de eletricidade e industrial.

“O Brasil possui gás natural em abundância, mas ainda não tem demanda firme para manter os poços em produção. Ele pode ser um eficiente substituto tanto para o consumo doméstico, industrial e mesmo nos veículos leves e pesados”.

Independência energética e o gás natural

A independência energética é uma forma de mudar paradigmas envolvendo a geração de energia, seu consumo e reaproveitamento, eliminando matrizes poluentes como combustíveis fósseis à base de carvão ou petróleo, para fontes renováveis. Tudo isso, pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa e consequentemente, trazer menores impactos ambientais.

Em situações como essa, o gás natural funciona muitas vezes como um combustível intermediário, pois mesmo tendo origem fóssil, possui menor emissão de CO2 em comparação a outros combustíveis fósseis.

Entretanto, para garantir que os benefícios do gás natural sejam uma realidade, é necessário investir em tecnologia e políticas que possam reduzir os impactos causados pelo uso de tais combustíveis ao meio ambiente, além de estratégias para fomentar a coleta, processamento, transmissão/distribuição e transporte do GNL.

“No Brasil há a necessidade de fomentar este mercado, não só para a redução de emissões, como também como mais uma alternativa a caminho da independência energética e redução de custos ao consumidor final. É imprescindível estimular políticas de investimento na substituição de combustíveis de transportes pesados e consequentemente desenvolver toda a cadeia” , afirma Eduardo Navarro Antonello, em artigo sobre a possível independência energética do país para o Portal Petróleo Hoje.

Governo amplia produção de gás no Brasil

Dados do Ministério de Minas e Energia, revelam que cerca de 144 milhões de metros cúbicos de gás natural foram produzidos no país só em 2022. E as projeções prometem surpreender ainda mais.

Segundo o governo, a produção total prevista para o ano de 2032 é de 323 milhões de m3 por dia. O número representa um aumento de 13% em relação à expectativa que a administração pública tinha em 2021.

Vantagens e benefícios do Gás Natural

Essa fonte de energia tem grandes vantagens quando comparada a outros recursos da mesma categoria como o petróleo. Os benefícios do Gás Natural, são a combustão mais limpa e eficiente, não necessitar de armazenamento e eliminar riscos, além de ter facilidade no manuseio e transporte, distribuídos por gasodutos.

De acordo com o consultor, o Gás Natural pode ser usado principalmente de três formas, sendo elas:

Uso doméstico, para aquecer ambientes e a água em casas e comércios;

Uso industrial, para geração de eletricidade;

Uso em veículos automotores substituindo combustíveis como a gasolina, álcool e gasóleo.

Evolução depende de esforços coletivos

Atualmente o mundo pressiona para que países se posicionem em relação a questões ligadas à sustentabilidade. É neste contexto que também está inserida a transição energética, que no Brasil, tem se mostrado o principal caminho para as fontes de abastecimento elétrico.

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, mais de 90% do aumento da geração de energia prevista no Brasil virão de fontes solar e eólica no próximo ano. Juntas, elas vão responder por 10,97 gigawatts (GW) de um total estimado em 12,14 gigawatts.

Estes modelos têm se consolidado como principais opções para viabilizar uma expansão do setor e também para oferecer menor custo, além de estimular um aumento da capacidade energética. Um motivo de orgulho para o consultor de energia, Eduardo Navarro Antonello.

“O gás natural é fundamental para a transição energética por sua flexibilidade e capacidade de atender ao rápido crescimento de demanda, além de ser a melhor alternativa para intermitência de energias renováveis. Se for usado como substituto do diesel, além de contribuir para a redução de emissões, também poderá trazer benefícios para a economia do país”, pontua.

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